segunda-feira, 16 de abril de 2012

Celebração de Pascoa diferenciada na Escola Zandoná de Barra Funda


      A Escola Estadual de Educação Básica Antônio João Zandoná tem no bojo de sua filosofia uma formação humanizadora. Nesse sentido, busca uma formação integral dos educandos, tanto no aspecto cognitivo, quanto no físico e na área psicossocial. Essa formação tem o intuito de contribuir na formação pautada pela autonomia dos sujeitos, pela problematização da realidade tanto no âmbito local, como global e, portanto, pela criticidade, para que a Escola contribua na transformação da sociedade.
      Ao longo de muitos anos nossa Escola ocupa um espaço importante no período de celebração da Páscoa, entendido como um momento importante de reflexão de problemas da realidade associados ao período pascal. Por muitos anos, a Escola participava nas celebrações de Via-Sacra viva apresentada pela comunidade católica, onde apresentava quadros associados à realidade sócio-econômica, considerando-se a temática da Campanha da Fraternidade de cada ano. Por ocasião da sustação daquela, nos três últimos anos, no entanto, vem fazendo a celebração no espaço escolar, onde participa a comunidade escolar e em geral.
      Neste ano, a celebração aconteceu na noite da quarta-feira, dia 04 de abril, quando refletiu-se o tema da Campanha da Fraternidade “Fraternidade e Saúde Pública” nos convidando a refletir sobre a situações de morte relacionadas à saúde. Um dos grandes desafios da atualidade é a promoção da vida, e, portanto da saúde, não só para nós, mas para todos os seres vivos: uma vida saudável para a humanidade, animais, plantas e todo nosso planeta terra.
        Recebemos o dom da vida com tudo do que precisamos para termos uma vida saudável e sermos felizes. A nós cabe o dever de cuidá-la e defendê-la acima de qualquer proselitismo, seja de interesse individual, ou político e econômico na lógica do mercado. O lema “Que a saúde se difunda sobre a terra!” nos remete a pensar sobre como o sofrimento de Jesus no caminho do Calvário se revela nos nossos dias também.
       A experiência da doença mostra que o ser humano é único e frágil tanto do corpo como da alma. A doença se impõe à revelia de nosso querer, tolhe nosso direito de ir e vir, nossa liberdade. São tantas pessoas condenadas à morte pela falta de atendimento e de socorro na hora da doença, especialmente os mais pobres. O descaso dos gestores da saúde pública de nosso país, a corrupção, o interesse econômico sobre a saúde, agrava o sofrimento além do que a própria doença já causa.
      Por isso, hoje somos chamados à reflexão. A doença é um forte convite à reconciliação e à harmonização com o nosso próprio ser. Mas nós somos convidados a lutar pela saúde, pela Vida em plenitude, sendo que projeto de Deus é para a vida se sobrepor à morte. A solidariedade, a exemplo do bom samaritano, as atitudes de compaixão e postura cidadã de participação diante de desmandos dos gestores públicos, da lógica mercadológica e patológica da saúde, são exemplos de que outro mundo é possível, onde se coloque a vida, a libertação e a dignidade acima de tudo.
      Assim, a Escola tende a cumprir com sua função de uma formação humanizadora, que problematize a realidade social e econômica e aponte alternativas que culminem com a promoção da vida e dos sujeitos nessa realidade.
Fonte: Candida Beatriz Rossetto, Professora da área de Ciências Humanas e Suas Tecnologias

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